Manifesto: Sou Eu Quem Me Salvo
- B. Pellizzer
- 10 de abr.
- 1 min de leitura

Ninguém vai te salvar.
Mas não corre ainda. Não é uma sentença, é só um lembrete — e, pra quem já sobreviveu ao que você sobreviveu, é quase um elogio.
Durante um bom tempo, você esperou. Esperou um amor que viria com promessas e conserto. Esperou que a sorte batesse na porta, talvez vestida de emprego fixo ou de um milagre disfarçado de bilhete premiado. Esperou que a vida pedisse desculpas por ter sido tão bruta. Mas a vida não pede desculpas. Ela só entrega os dias. E os dias, bem... seguem.
Foi aí que algo virou. Não como um clarão, mas como uma fresta. Você entendeu que o resgate não vinha de fora, e que a chave, aquela que você procurava feito louca, tava no seu bolso o tempo todo. Velha, um pouco enferrujada, mas sua.
Agora você sabe: não é sobre ter todas as respostas.
É sobre não entregar as perguntas na mão errada.
É sobre dizer “eu me escolho” mesmo quando a voz embarga.
É sobre parar de pedir permissão pra viver.
Você não precisa mais caber. Não precisa mais esperar. Não precisa mais se arrastar por migalhas de cuidado.
Você não é resto de ninguém.
Você é caminho.
É passo.
É decisão.
E se um dia alguém vier, que venha inteiro, não como tábua de salvação.
Você não tá se afogando. Você tá nadando pra margem, com o pulmão ardendo e o coração feito tambor. E cada braçada é um pacto silencioso com a liberdade.
Ninguém vai te salvar.
Mas quem disse que você precisa?
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